O que sabe a Hello Kitty e Gudetama sobre o sistema bancário?
Abstract
A resposta que se coloca no título desse texto pode ser dada de imediato: nada sabem. Mesmo assim, o Bank of America em 2010 escolheu a Hello Kitty em anúncios sobre novos serviços disponíveis para seus clientes (Yano, 2013, p. 284) e o Shinhan Bank Japan (SBJ) tem utilizado, de forma ainda mais extensiva, personagens meigos para a comunicação com seus clientes no Japão. A imagem de praxe de alguém com experiência e conhecimento na área a qual está a comunicar, ou a imagem de sucesso a qual o público sentir-se-ia compelido a alcançar através da aquisição dos produtos ou serviços publicitados foi esvaziada por personagens de traços infantilizados. Personagens esses que, reitero, não sabem nada sobre a banca. Mesmo assim, a abordagem de seriedade e competência foram excluídas para focar-se numa comunicação centrada na empatia. A desconstrução narrativa que aqui se coloca está relacionada, primordialmente, com a teoria retórica de Aristóteles, com resignificações culturais japonesas e suas percepções sobre acomodações narrativas. Em outras palavras, quais temas se adequam a quais públicos e como a mensagem é recebida em diferentes contextos sociais e culturais no Japão. Para assegurar uma investigação livre de interpretações desalinhadas à cultura japonesa, é preciso ter em conta como o Orientalismo atuou na falhada tentativa de interpretação e significação dos povos ditos orientais. Falhou a permitir interpretações deturpadas pelo repertório cultural de quem não esteve imerso nos códigos socioculturais já bem estabelecidos dessas outras localidades.
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- Release Date
- 2020